domingo, 7 de novembro de 2010

Papanicolau é a melhor forma de prevenir o câncer

Exame feito anualmente ajuda a diminuir as chances de desenvolver infecções que levam ao câncer uterino

Por Ana Paula Caggiano

O exame ginecológico, o Papanicolau, é uma forma de prevenção da saúde feminina, capaz de diagnosticar precocemente infecções e doenças, como o câncer do colo de útero, também chamado de cervical, causadas pelo HPV (do inglês human papiloma vírus), que chega a matar 230 mil mulheres, por ano, no mundo, perdendo apenas para o câncer de mama, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

“O exame consiste na coleta e observação de células do colo uterino e da parede vaginal com objetivo de detectar alterações, sendo realizado através da colocação do espéculo com visualização do colo uterino e coleta das células com espátula e escova. O procedimento pode ser um pouco desconfortável e algumas mulheres referem cólica leve, mas a maioria das pacientes não tem queixas”, explica a ginecologista e obstetra Carolina Corsini.

A engenheira civil, Daisy Marcondes, 56, descobriu em um exame de rotina que estava com algumas infecções. “Eram infecções pequenas, que logo após diagnosticadas foram tratadas com pomadas específicas recomendadas pelo meu ginecologista e hoje está tudo bem comigo. O papanicolau é essencial, pois qualquer coisa errada que exista vai ser acusado neste exame”, alerta.

O Papanicolau é indicado para mulheres com a vida sexual ativa sendo realizado uma vez ao ano, exceto em casos em que o resultado apresenta alteração, devendo ser feita uma investigação do quadro e repetição precoce da coleta. “Deve ser iniciada dois anos após o início da vida sexual ou aos 20 anos de idade, desde que a menina já tenha relação sexual. O exame não é indicado para mulheres que nunca tiveram atividade sexual. Mas caso seja necessário fazer o exame em uma mulher virgem, existe um espéculo de tamanho reduzido apropriado para este tipo de caso”, afirma a médica.

“Comecei a fazer o exame aos 23 anos, mas eu já frequentava a ginecologista desde a minha adolescência, porque é importante se cuidar, tanto que faço uma vez por ano o papanicolau e nunca tive problema”, conta a professora Ieda Santos, 35.


Deixe a vergonha e o medo de lado. Cuide-se!

Fazer periodicamente o exame pode reduzir de 80 a 90% dos casos de câncer de colo do útero em populações onde o Papanicolau é realizado adequadamente. Mas, algumas mulheres resistem em não fazê-lo por causa da vergonha ou por medo de sentirem dor. “Muitas mulheres têm medo de fazer o exame por acharem que ele é dolorido, enquanto outras não têm noção da importância dele na prevenção do câncer do colo uterino. Há ainda aquelas que não fazem porque têm medo de descobrir alguma doença”, explica a médica.

Há mulheres também que estão mesmo preocupadas é com o bem estar e não ficam acanhadas, pois o que importa é a competência profissional. “Não tenho vergonha, porque estamos com profissionais cuidando de algo muito importante, que é a nossa saúde, e ela vem em primeiro lugar. Eu não vejo o médico como um homem ou mulher, e sim, como um ser científico que está me ajudando”, conta a engenheira.

Segundo Corsini, todas as mulheres, sexualmente ativas, estão sujeitas à infecção pelo vírus HPV, já que é uma infecção bastante comum. No entanto, ela é transitória na maioria das vezes. Apenas as mulheres que apresentarem persistência da infecção pelo HPV (10% do total) têm risco de desenvolver câncer de colo uterino. Ainda assim, este risco é extremamente baixo, principalmente para aquelas que fazem o exame regularmente e têm, portanto, chance de diagnosticar a infecção logo no início. O Papanicolau pode apresentar falhas, mas a realização anual é a melhor arma que a mulher tem contra o câncer cervical.

“Antes da consulta, é necessário evitar relações sexuais, uso de cremes e duchas vaginais por 48 horas antes da coleta. A higienização ideal é que a mulher faça uso de sabonete íntimo diariamente no banho e faça uma limpeza da região genital com ducha ou bidê após evacuação quando possível”, conclui a ginecologista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário